No
campo musical, algumas perguntas aparecem: o Estado tem condições de
continuar apresentado talentos populares ao Pais – e ao mundo –, qual
foi a base local propiciada aos artistas para conquistarem o sucesso, o
que significa para a música local ter grande astros? "Com certeza, se
alguns artistas fizerem tudo certo podem seguir os passos desses
artistas de sucesso", aponta o coordenador artístico da Capital FM,
emissora especializada no segmento sertanejo, Edson Véio. "Hoje, a
cidade se transformou num grande celeiro de talentos. O incentivo começa
em casa. Os pais querem que os filhos sejam jogadores de futebol ou
artistas do sertanejo. Duas situações que os pais apostam que atualmente
dê dinheiro".
Edson
credita às festas denominadas violadas, que foram hits em Campo Grande
na década passada, como importantes eventos que chamaram atenção para
novos artistas e também serviram para convencer os empresários a
investir mais no segmento. Aponta ainda que se um novo potencial quiser
estourar, além de talento, é claro, precisará de um estrutura
empresarial sólida. O investimento inicial é alto. Cita um exemplo: para
uma divulgação eficiente em um primeiro momento, no mínimo, um novo
artista precisará de cerca de 20 mil CDs para fazer divulgação – isso em
Campo Grande. Para o resto de Mato Grosso do Sul, o número deverá ser o
dobro. Se for em outros estados, como o Paraná, a cifra pode atingir
até 50 mil. "A despesa é bastante alta. Sem contar que o artista
precisará viajar, fazer a divulgação nas rádios e, antes de tudo isso,
fazer um gravação de qualidade, contratando um produtor que possa fazer
algo que apareça no mercado". No caso de produção, Mato Grosso do Sul
também ofereceu ao cenário nacional nomes importantes no segmento como
Dudu Borges e Ivan Myazato, responsáveis pela direção de trabalho de
nomes consagrados.
Para
o empresário do Tradição, Wagner Hildebrand, o sucesso de Michel Teló e
Luan Santana é resultado de trabalho sério e estratégia de markenting
definido. "O Michel Teló sempre teve uma base artística muito forte. No
Tradição, onde cantou por 12 anos, sempre cuidou da parte musical, se
não resolvesse algum aspecto, pelo menos, sempre estava por perto
ajudando. O irmão dele, Teófilo, atual empresário, atuou no Tradição na
parte de markenting, onde aprendeu muito. Não atribuo o sucesso dele à
sorte, é a somatória de vários aspectos", avalia Wagner, que planeja o
lançamento de mais um disco do Tradição para março de 2012, que será o
segundo sem Michel.
O
sucesso de Luan e Michel pode contribuir para maior visibilidade da
produção musical local. Pelo menos é isso que espera o cantor e
compositor Guilherme Rondon, que conta com umas das suas criações, junto
com Paulo Simões, no repertório do novo álbum de Michel Teló, "Na
balada". A música "Vida bela vida" recebeu tratamento acústico, numa
gravação feita ao vivo em show em Ribeirão Preto. "Eu gostei muito da
versão que ele fez. Acho que a gravação pode fazer com que outros
artistas do segmento prestem atenção nos compositores de Mato Grosso do
Sul, podendo abrir portas para nossa música, com isso atingindo público
muito amplo. No meu caso, o público jovem vai conhecer minha música,
além de possibilitar um retorno financeiro, já que faz parte de um
trabalho de sucesso".
Para
Edson Véio, alguns nomes locais podem chamar atenção em 2012. Na lista
aparecem, Laire Morais, que tem a produção de Ivan Myazato, Robsnon e
Juliano e Luis Fernando e Zé Miguel. Somente o tempo dirá se estes
conseguirão o mesmo reconhecimento de Michel Teló e Luan Santana.
Fonte: Correio do Estado
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