Tudo que remete a Luan Santana envolve uma superprodução. O evento para
jornalistas que sua equipe organizou no Recife, nesta quinta-feira, para
o lançamento do segundo DVD do cantor, barrava de longe a coletiva que
os norte-americanos dos Backstreet Boys fizeram meses atrás no mesmo
Chevrolet Hall. Em vez de uma mesinha com um copo de água, Luan recebeu
dezenas de repórteres de todo o Nordeste de cima de um minipalco com
painel gigante de LED e estrutura que se assemelhava a um show em
miniatura.
Luan chegou com uma hora e dez minutos de atraso. Ser ídolo realmente
não é fácil. Com tantas apresentações na agenda (são cerca de 300 ao
ano), ele já chegou a passar mal durante show em Salvador, no início
deste ano. O motivo: cansaço. Para chegar ao Recife, veio de São Paulo,
onde nessa quarta-feira participou de evento similar para a imprensa do
Sul e Sudeste. Ainda nesta quinta segue para Maceió, palco da abertura
da nova turnê na região. Sábado faz show em Natal, domingo em Aracaju, e
só consegue voltar ao Recife em outubro, com o novo espetáculo.
Sim, espetáculo. Em cena, Luan voa, é catapultado, desaparece ao
final sem deixar pistas. "Se você piscar, perde alguma coisa", diz o
garotão, 20 anos, cabelo milimetricamente arrepiado e seu clássico traje
de tênis e jeans. O DVD que está lançando foi gravado no Rio, em
dezembro passado. Contou com orçamento de R$ 20 milhões e 900 toneladas
de equipamentos, incluindo uma catapulta usada por Michael Jackson, que
também vendeu o aparelho ao Black Eyed Peas. "Nunca imaginei tanta
mídia", comentava, com ares de tranquilidade e timidez, o menino que faz
parte do maravilhoso mundo show bizz com seus mais de 400 mil discos
vendidos e classificado como o 26º artista mais popular do mundo pela
Billboard, à frente Britney Spears, Coldplay e 50 Cent.
Fã de Zezé di Camargo & Luciano, Luan avalia a nova invasão do
sertanejo no País uma grande conquista. "A música sertaneja sempre foi
muito forte no Brasil, mas nunca tinha entrado dessa forma no Nordeste e
no Rio de Janeiro. Essa nova geração de cantores precisava entrar com
mais força." Segundo Luan, uma música do novo disco, tema de novela, é
primeiro lugar nas rádios mais tocadas do País, inclusive nas que não
costumam ter no repertório o estilo que ele representa. "Acho que as
rádios pop abriram porque tinha muita gente pedindo nossas músicas",
diz, sem nunca usar uma citação na primeira pessoa do singular. O
próximo (largo) passo é conquistar o exterior. "Devo gravar músicas do
primeiro e segundo discos em outra língua", adiantou o cantor, num
projeto ainda sem data para iniciar.
Há alguns dias, Luan recebeu o prêmio de melhor cantor no Programa do
Faustão, numa disputa que incluia o pernambucano Lenine. "Devo isso aos
fãs que votaram em mim", afirmou, acrescentando que gente como Lulu
Santos o comparou aos grandes nomes da música mundial: "É sempre bom ser
reconhecido pelo nosso trabalho." Além de uma carinha bonita, Luan é
também socialmente engajado. Desde seu primeiro disco (ele está no
terceiro), toda a renda obtida com a venda dos CDs e DVDs são doados
para obras sociais. No Recife, ele ajuda a AACD.
HISTERIA - Gritos, choro, muitos pedidos. Dezenas de
meninas que estavam na entrada da casa de shows imploravam para Luan
aparecer na janela e acenar para elas. Ele o fez e a histeria foi
completa. Uma fã, ao saber que um repórter havia pedido um autógrafo ao
cantor, se jogou no chão e urrou pelo pedaço de papel. "Luan é minha
vida", sentenciava.
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